Município realiza primeira reunião para estruturar a participação local na rota histórica e turística que conectará mais de 90 cidades do Paraná
Em março deste ano, a cidade de Foz do Iguaçu aderiu ao Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru, do Estado do Paraná, previsto no Decreto nº 8.025. A iniciativa tem como objetivo fortalecer corredores ecológicos, conectar municípios paranaenses e fomentar a economia e o turismo regional. Agora, na última semana, a cidade deu mais um passo no Programa. Na sexta-feira (13/6), ocorreu a 1ª Reunião Ordinária do Grupo de Trabalho (GT) responsável pela implementação da Rota no município.
Na iniciativa, estiveram presentes a gestora do Programa na cidade, a Secretaria Municipal de Turismo (SMTU), e representantes das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Comercial Industrial e Agropecuário (SMDC), Esporte e Lazer (SML); Meio Ambiente (SMMA) e Planejamento e Urbanismo (SMPU). Além de participantes da Fundação Cultural; ICMBIO; Itaipu Parquetec; Sebrae; Unioeste; ADETUR; Urbia Cataratas; Quilombo da Horta do Seu Zé e da Dona Laide – Vila C; Aldeia Arapy; entre outras entidades.
Para o secretário de Turismo, Jin Petrycoski, a adesão de Foz do Iguaçu ao Programa é uma oportunidade para fomentar o turismo sustentável, valorizar a herança cultural da região e realizar um resgate histórico. “Por ser uma trilha de longo curso, o projeto proporciona a integração direta de Foz com os demais municípios da Região Turística Cataratas do Iguaçu e do Caminhos ao Lago de Itaipu, além de outras regiões turísticas do Paraná. Os benefícios são amplos e devem contribuir para a recuperação de ecossistemas degradados, lazer e a recreação em contato com a natureza”, explica o secretário.
A reunião teve como pautas principais a apresentação do escopo de atuação do GT e de seus membros, a compreensão da etapa atual do Programa, a análise das ações de mapeamento e desenvolvimento da Trilha do Peabiru já realizadas em Foz do Iguaçu e a revisão e aprovação do Regimento Interno do GT.
Vivian Costa Brito, coordenadora do GT e representante da Secretaria Municipal de Turismo (SMTU), destaca a relevância da iniciativa e a adesão de atores locais e regionais. “O Grupo de Trabalho formado aqui tem um papel estratégico: pensar e estruturar, de forma colaborativa, as ações que vão permitir que o município se insira de forma ativa e respeitosa nesse projeto, honrando os caminhos ancestrais dos povos originários”, afirma Vivian.
A seguir, o Grupo de Trabalho deve se reunir com a Secretaria de Turismo do Estado (SETU-PR), para iniciar um levantamento de documentos, mapas, dados e outras informações que contribuam, no futuro, para o desenho do traçado da Rota.
O Programa
Peabiru vem do termo Peabeyú, que na língua Guarani significa “Caminho Antigo de ida e volta” ou “Caminho Gramado Amassado”. Ele foi uma rota ancestral de 3 mil quilômetros de extensão, muito utilizada historicamente pelos povos indígenas Guarani, Kaingang e Xetá, por ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico e passar por países como Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil. Segundo dados do Estado do Paraná e com base em pesquisas da temática, figuras históricas como São Tomé, Aleixo Garcia e Cabeza de Vaca também já teriam passado pelo Caminho.
Em 2022, pelo Projeto de Lei Estadual nº 21.046/2022, a rota já tinha sido declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Paraná.
Atualmente, não há mais um caminho histórico concreto e delimitado em sua totalidade. Devido ao desenvolvimento urbano, muitos dos vestígios que os povos originários usavam para marcar as rotas se perderam. Por isso, o Programa não tem a pretensão de seguir à risca o mesmo trajeto, e sim desenvolver um percurso simbólico que homenageie e valorize a história do estado.
Além de Foz do Iguaçu, mais de 90 municípios paranaenses aderiram ao projeto. São mais de 700 sítios arqueológicos e 1,5 mil quilômetros que serão resgatados.